No dia seguinte ao seu aniversário (dia zero da campanha eleitoral), Paulo Portas ouviu os parabéns pelos 47 anos, partiu o bolo e ficou empolgado com os cerca de 1700 presentes no pavilhão do Inatel, no passado sábado. O presidente do CDS/PP não tem dúvidas que o partido “vai crescer muito” nas próximas legislativas e no distrito “pode chegar à eleição de um deputado”, acredita o líder dos populares. À hora que começava o jantar tinha também início o debate entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, na televisão. O líder popular aproveitou para comentar o frente a frente, acusando os dois opositores de terem “falado de muitas coisas, menos da agricultura”. Durante o discurso proferido por Paulo Portas, o sector agrícola foi o tema principal da sua ofensiva contra as politicas para o sector levadas a cabo pelo Governo de José Sócrates e Jaime Silva. “O rendimento das empresas agrícolas nos últimos quatro anos caiu 31%. É preciso ser muito incompetente para cometer tal proeza de ao cabo de quatro anos contribuir para queda de rendimentos de quase um terço”, criticou. Paulo Portas garante que é preciso defender os agricultores antes e depois do período eleitoral, “porque de agricultura falou CDS sozinho, durante quatro anos e meio”, salientou. As políticas sociais foram igualmente abordadas, e exemplificadas com os feitos do Governo de Cavaco Silva, principalmente com incidência no trabalho de Bagão Félix. Proferindo um ataque à esquerda Paulo Portas frisou que, “a esquerda não tem o monopólio do coração, nem o exclusivo da solidariedade”. Paulo Portas diz estar de acordo com o investimento da A4 para a região, mas não apoia os grandes investimentos que este Governo pretende efectuar no País, como o TGV, o novo aeroporto e a nova ponte sobre o Tejo, “pelo facto de não criarem postos de trabalho para esta região”, disse o líder do CDS/PP. A maioria absoluta “de um só partido” voltou a estar na ordem do dia do discurso de Portas, que considerou que a maioria obtida pelo PS só serviu para “o primeiro-ministro ser arrogante e abusar dela”. No final do jantar, e já ao som do hino do CDS-PP, da autoria da cantora Dina, Paulo Portas considerou que fez “um arranque da campanha com o pé direito” devido à mobilização, e apelou aos militantes que “vão dizer às pessoas que se pensam como o CDS votem no CDS”.
Eleger um deputado por Bragança
O cabeça de lista do CDS/PP pelo distrito de Bragança diz que é preciso acabar com a hegemonia de PSD e PS, no distrito, que acusa de serem “os responsáveis pela perda de serviços públicos importantes”. Nuno Sousa referiu que as soluções “assentam prioritariamente sobre o problema do desenvolvimento sustentado e integrado do distrito” e avançou com algumas propostas que considera fundamentais para esse desenvolvimento. No plano fiscal defende a redução do IRC, a concessão de créditos de apoio às pequenas e médias empresas, bem como a bonificação da electricidade e água para a criação de um tecido empresarial e comercial forte e gerador de riqueza interna, “que consiga dar emprego e fixar a população, principalmente os mais jovens”, disse. Nuno Sousa considera fundamental que os transmontanos tenham acesso aos serviços públicos, como a saúde e a educação, “sem qualquer tipo de condicionalismos económicos ou demográficos impostos pelo actual Governo”, afirmou. O cabeça de lista dos populares pelo distrito de Bragança diz estar disponível para “defender uma política que corrija as desigualdades do interior e não o seu agravamento”, acrescentou. Para além de Nuno Sousa, o CDS/PP tem como número dois na lista pelo círculo de Bragança, António Ruano e como número três Maria da Piedade Calheiros e Meneses
Graça Calejo quer derrotar Silvano
A noite de festa do CDS/PP serviu ainda para apresentar os candidatos aos órgãos autárquicos do concelho de Mirandela. Altura aproveitada pela candidata ao executivo, Graça Calejo Pires, para pedir aos presentes que mostrem cartão vermelho ao actual presidente de câmara. A candidata do CDS/PP considera que “a natureza agraciou o concelho de Mirandela”, mas por outro lado entende que “a paisagem humana nem sempre é a mais agradável”. No contacto com a população do concelho, diz ter ouvido “desabafos confrangedores” de um cenário muito negro, dando exemplo dos “caminhos e estradas em mau estado, transportes públicos que não existem nas aldeias, falta de infra-estruturas básicas em várias aldeias, igrejas e escolas degradadas e jovens sem qualquer ocupação nos tempos livres”. Graça Calejo diz que é tempo de encerrar o ciclo de 14 anos do mesmo presidente de câmara “que levou a um endividamento de cerca de 18 milhões de euros”. A candidata dos populares fez questão de enumerar algumas das obras prometidas pelo actual autarca, como o complexo desportivo, a habitação social, o agropólo, o centro escolar e o acesso Oeste ao IP4, para dizer que “foram prometidas em cartazes e manifestos eleitorais, mas nada disto foi concretizado”, disse. Para além disso, Graça Calejo diz que o executivo, liderado por José Silvano, perdeu o financiamento de 400 mil euros para o Museu da Oliveira e do Azeite por atrasos na construção e criticou o sucessivo adiamento do início do hospital privado. A candidata do CDS/PP diz ser tempo de dizer “basta” e mudar de rumo na estratégia a adoptar para o concelho, “dotando as freguesias com qualidade de vida, combater a desertificação, promover a solidariedade e uma política social justa”. Conseguir vitórias nas lutas travadas com a tutela, promover uma economia assente nos nossos recursos agrícolas e turísticos, atrair investimento e pagar a tempo e horas a empreiteiros e fornecedores, são outras prioridades da docente que pretende ser a próxima presidente de câmara de Mirandela. Graça Calejo conta na sua equipa com Nuno Sousa a número dois. Jorge Lopes, Sandra Grilo Pinto, Bruno Martins, Sónia Martins, e Jaime Paçó Sousa são os restantes elementos. Na Assembleia Municipal o número um é Luís de Sousa e o partido apresenta candidatos a 25 juntas de freguesia.
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